terça-feira, 2 de outubro de 2012

Sua morte em mim



É melhor que você morra pra que eu deixe de te escrever
É melhor que você morra pra que eu leve flores ao seu túmulo
É melhor que você morra por que sua ausência física me alegraria


É melhor que você morra pra eu pensar que você já não existe, e é o melhor

É melhor que você morra na minha mente

É melhor que você morra e só assim eu poderei te amar sem remorso

É melhor que sua morte em mim venha e que a notícia chegasse de uma vez e para sempre ficasse, a sua morte em mim...

É melhor que você morra pra junto da tua cova enterrar minha dedicação a te, minha renúncia de mim mesmo, minha melancolia por sua ausência viva, de quem quero que morra, morra em mim, morra de uma vez, apodreça e esvaneça distante da minha felicidade

É melhor realmente que você morra e pare de respirar meu ar, de invadir meus pensamentos, de coibir o andar da minha rotina, de me fazer gastar pensamentos com sua matéria viva; morra meu bem, morra que eu preciso te enterrar, morra que eu preciso te esquecer

domingo, 16 de setembro de 2012

Lista Não Perecível


Eu preciso das suas delicadezas,
Dos seus lenços cheirosos,
Das suas anedotas sutis,
Dos joelhos redondos,
Dos sapatos singelos,
Dos beijos com demora,
Do ato,
Do teu suor após o ato,
Dos nossos planos juvenis precipitados,
Das nossas conversas intelectuais,
Do teu bumbum empinado,
Das tuas camisas desajeitadas,
Da tua voz baixa,
Tua barba fininha,
Tua mão lisinha,
E, antes de minhas necessidades serem atendidas, preciso do teu perdão em CAIXA ALTA

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

As Loucuras Que Eu Fiz


A loucura que eu fiz foi te amar sem me amar
A loucura que eu fiz foi te dizer meus frágeis sentimentos
A loucura que eu fiz foi deixar-me dependente de você
A loucura que eu fiz foi te dá créditos sem desconto
A loucura que eu fiz foi te buscar amarrado
A loucura que eu fiz foi te fazer mal sem motivo de vingança
A loucura que eu fiz, dentre tantas loucuras, foi deixar-me não te esquecer
Remorso nutrido com os dias quentes
Sua imagem, sua assombração piedosa, meu medo...
Tudo por que não sabia eu que loucos não sabem amar
Amar é uma loucura para os sãos

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Auto-Acordo


Veja só Meu Amor, você não é mais Meu Amor

Eu continuo exclamando esses vocativos tolos, continuo nesse convencimento naturalmente despertado
Veja só, meu ex-amor na visão terceirizada da situação, essa condição sentimental problemática

Eu tenho sonhos contigo, com seu perdão e compreensão ilusionalmente compreendidos, realmente não, 
realmente acordo e me deprimo com o verão

Eu não te vejo por aí, mas meus olhos sempre te vêem, meus poemas sempre falam de você e te ver por aí seria o caos, seria concretamente comprometedor para minha rotina ociosa

Vamos fazer um trato, um trato não-relacional, um trato em que você concordaria na minha mente em deixar minha mente, por que só te tenho assim e, contudo, a vida concreta está prejudicada, vamos então?

Meu ex-amor faça da minha mente sua ex-mente, eu te ajudo, aliás, eu me ajudo

Me ajudo?

terça-feira, 31 de julho de 2012

...

Tenho dentro de mim varios sentimentos prontos para serem compartilhados, um carinho e um amor que não cabem em mim.


Alexandre Andrade

domingo, 8 de julho de 2012

Semestre


Fim do semestre, monte de trabalho, monte de convite, nada de dinheiro... Enfim.  Eu passei metade do tempo me dedicando ao passado, tentando reaproveitar minha consciência e poder fazer daquilo que se foi uma etapa, fazer do meu choro desesperado um inevitável momento de decepção. Não dá, não houve decepção, houve incompreensão, insegurança e falta de umas mãozadas.
Ainda fico nessa expectativa de poder te encontrar e nesse encontro você vai me abrir um sorriso e dizer que me perdoa e que posso te perdoar também (nem tudo é unilateral nessa história!). Algumas pessoas viam que eu estava bem contigo, isso não chega nem perto do que eu sentia, não era só um simples “estar bem”, eu tinha felicidade ao teu lado, tinha segurança, tinha um grande amor e poderia compensar a ausência de qualquer romance pelo resto da vida, poderia sim.
Há alguns meses venho tentando me acostumar a não mais me lembrar de te e, por fim, quero apagar seu nome da agenda do meu telefone. É, eu olho seu nome na lista e fico pensando no que pode acabar  quando se está com a cabeça fora do lugar e um celular na mão. Não quero transferir minha responsabilidade, nunca! Quero a realidade, a realidade mais viável pra poder ficarmos juntos com todo rancor que possa existir. Viveremos na imperfeição assumida, no ódio por atos idiotas, na consciência de que tudo aquilo que estaremos tentando construir novamente já virou merda um dia e que agora teremos milhões de razões pra sermos pacientes (eu?).
Eu não consigo entender. Na verdade eu não consigo internalizar valores básicos pra que uma relação exista. Há certas coisas imperdoáveis e por aí começa minha falta de noção pra entender que não posso fazer propostas de “entendimentos” quiçá viverem em um grande amor e ligações durante o dia.
Já que ainda é difícil pra que eu entenda tudo isso, que eu me conforme, esqueça e siga em frente, queria ao menos que entendesse somente isso, internalize essa minha incompreensão toda, aflição, afinal, eu errei feio, mas só por que eu estava sentido felicidade, isso mesmo, a felicidade.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

O Amor Possível


Você queria me ver apaixonado
Queria me ver planejando
Queria me ver te cobrando presença, reclamando tua ausência
Ah, queria...
Mas estou aqui meu amor, de corpo e com a alma longe...
Estou aqui meu amor e o que importa mais senão o corpo?
Venha me ver, me traga favores, me traga sua consideração
Venha me ver, me fale dos amigos que te amam
Eu estou grato
Não queira me ver apaixonado, queira minha existência
Queira o que está mais próximo do coração, somente onde posso ir
Assim, com o corpo, retraído, mas seu, pois, minha alma darei quando devolverem 

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Poema de um Amor tão pouco

Nosso Amor quase não existiu
Tão pouco foram os momentos juntos
E agora só lembro de quando você partiu
Deixando aqui sofrimentos muitos


Mesmo com essa efêmera alegria
Tu marcastes profundamente meu viver
És uma lembrança no meu dia-a-dia
Que tão logo não vai se esvanecer


Pois aqui reina uma intensa tristeza
De um convívio que foi bem pouco
Mas é necessário que preparado esteja
Para que quando acabe não fiques louco


Fostes em mim um inusitado Amor
Que bruscamente assim me iludiu
Não pensei que me traria tanta dor
Um amor que quase não existiu


Para K. Matos

domingo, 15 de janeiro de 2012

Pequeno

Não chore meu pequeno, minha culpa se materializa nas suas lágrimas
No seu olhar por natureza triste que agora se desespera por conta do meu egoísmo
Há sim pessoas boas que vivem o que for sendo e estão preparadas para o mundo
Há quem nunca esteja e toda perda traz à tona essa inaptidão
O amor é valioso mas ao mesmo tempo perigoso
Você mente, eu sofro, você age com frieza, eu surto, você se isola e eu vou te buscar
Te busquei de forma errada e ainda tirei seu mundo e o coloquei em outro que ainda não estava construído
Agora você tenta se equilibrar para não cair em um buraco negro
Você ainda cheira em mim como uma fruta, suculenta, porém de textura frágil
Era você meu pequeno, meu orgulho
Meus olhos, agora taciturnos pois, sem o prazer de te observar e tocar tua linda existência
Era sua tristeza meu amor, era somente sua tristeza, e fazíamos disso felicidade
Eu tentei nadar, eu juro, eu tentei ser um habituado a ausência surpresa
Mas mesmo com tanto amor o medo ainda me guiava
Eu estava me afogando no seu mar, na sua volatilidade
Ah meu amor, ainda o tenho assim, sem nada mudar, por que fiquei louco
Você me odeia, entendo tudo
Não me odeie agora por que quero pensar que mesmo tendo tirado seu mundo no meu mais completo desequilíbrio, acredito piamente que seja capaz de construir um novo mundo onde poderá habitar e viver o que for sendo com aptidão

sábado, 14 de janeiro de 2012

Pesadelo

Eu, por natureza triste
Eu, por natureza pensante
Eu, por natureza paranóico
Eu, por natureza, desejo alegria
Eu, por algo maior do que eu, machuquei pessoas tão boas
Eu preciso de algo que me situe
Olho o mundo, olho as coisas
Parece que só consigo ser isso
Ainda reside em mim o sonho, mesmo sofrido e desgastado, de recuperar ou mesmo ganhar a beleza
A beleza de encontrar o mundo e isso não ser torturante