quinta-feira, 30 de abril de 2009

Retórica da Renúncia (trecho)


"Por razões supérfluas desisti. Contudo é cada vez mais intrigante o meu comportamento:parece que não desisti. Preciso ir naquele lugar de novo, ver novamente aquilo que me desorientou e desmotivou para eu saber que ainda faz sentido eu não ter vontade de continuar. Tenho medo!Se me aceitarem? Vou ter que renunciar tudo o que não construi? As minhas condições para passar mais uma vez pelo processo de desistência são fracas. Erigir toda uma esperança e depois ter que abandoná-la pelo simples fato de ela não existir assusta-me! Fico em pânico quando lembro que isso é certo como morrer, principalmente eu que tenho essa tendência horrível de complicar a desilusão. É por que não é bom nem ruim, não há saúde nem enfermidade e esse estado de nada nos habitua tanto a ficarmos em cima do muro que qualquer trauma pode destruir o que não se quer nunca que se construa e é exatamente por aí que devemos observar. Não estou aqui e nem queria estar de forma alguma."(pág 7)


Por: A personagem, que não se identifica

terça-feira, 28 de abril de 2009

Aff










Sou fraco de mente, de corpo, de audição
Eu nunca consigo me conformar, sendo essa errância que me segue tão persistente e presente
E que experiência eu obtive?
Eu sou o mesmo, aquele que sempre voltou nas mesmas falhas e de novo põe-se a lamentar
Numa eterna denúncia dos outros, e somente do que me é externo
Eu consigo muito pouco, meu equilibrio é mais frágil que casca de ovo
E por esses tempos achei melhor me envolver, sempre no que me nega, desde o início já sei o fim
Sou esse alguém, esse ser que comporta tantas qualidades que para o que procuro somente atrapalham
Voltarei a falar disso brevemente, estou no porvir de desilusão mais previsível e bestial possível
Tornei-me uma rotina pra mim,olha só, logo pra mim que já sou eu e tenho que aguentar eu me reclamando do que fiz
Saco!

domingo, 26 de abril de 2009

De Longe


Quero te dizer o quão te desejo
Essas desculpas, esses momentos

Que trazem à mim infinito tormento

Tentam acalmar o que só vejo
O que só vejo

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Vidência









Quero usar palavras novas, vocábulos novos
Que exprimam minha renovação
Esses termos senis me deixam num asilo
Quero um neologismo, qualquer expressão que conote esse estado comum, já que tudo é tão corriqueiro de um tempo
E se fosse só esses anseios...
Se fosse realmente só isso que me deixasse de bengala estaria aliviado
Suas palavras novas chegam nos meus tímpanos caquéticas
É como se eu já soubesse
Como se sua retórica fosse a mais previsível do mundo
Não pense, não formule nem organize nada
Estarei observando tudo
Quero evitar observar o que vai fazer
Deixe- me inacessível a seus planos

domingo, 19 de abril de 2009

Mais um poema de Mirian Cardoso; esse dá uma nostalgia...


Eu pensei em você de novo

Eu acho que você deveria ser emoldurada

Em alguma galeria de artes finas

Eu sei que você descordaria comigo

Mas eu te amo de qualquer maneira

E deveria eu escalar alto

Meus muros melancólicos

Fazem-me sentir tão pequeno
Oh deixe-me desaparecer

Essa cidade é tão fria e velha
Eternamente chuva ou neve

Eu realmente amaria vir e ir
Oh, você não ficará comigo?

Eu sei que você descordaria comigo
Eu sei que você descordaria

Mas eu te amo de qualquer maneira
Você estava em minha mente

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Pra Aprender











Hoje descobri tudo
Sempre espero estar em dúvida
O que quero é escorregadio
Pois quero algo lógico e temporário
Não sei dizer : absolutamente
Só distrações
Vou contar o que descobri:
Minha frágil expectativa não deu em nada
Nossas mentes já notavam esse desfecho
Por que fechamos os olhos?
Por que estávamos galgando uma situação por puro capricho?
Não deu em nada;já sabíamos
Desde aquele momento idiota
Desde aquele pedido inaceitável
Desde o instante que jurei estar disposto
As palavras conotam sentidos estranhos em mim
Elas me dão significados superficiais
Eo que descobri foi que desejo ser como essas palavras já que de profundidade tenho medo, principalmente quando se estar só!

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Questão de Impulso

Habituei-me a mudar
Correspondo sempre de forma nova
E se não mais te reconhecer
Se não mais me acusa em nada é por que já não penso o que fiz e se fiz foi puro impulso, impulso de nunca ser previsível
Não por querer ser previsível mas por uma questão de impulso
Por saber que quando acordar amanhã posso estar arrependido de tudo que falei hoje e depois me arrepender de tudo que falei ontem que será o amanhã
Assim eu metamorfoseio minhas concepções
Sobre tudo, tudo mesmo
Essa seleção natural de repúdio a rotina deixa-me vivo
Tornei-me humano
Se eu mudar de repente não se magoe
É corpo e mente se habituando, sempre se habituando
O que eles querem é nunca se habituarem definitivamente