quarta-feira, 20 de julho de 2011

Fada


Sou triste por não te ter
Sou assim, sem esperanças
Por ter em mim uma lembrança
Do que não vai acontecer

Sou tão solitário entre todos
Pois ninguém é companhia
Se não você, quem me traria
Vida feliz, cheia de gozos?

Eu sou a vida acabada
Um menino sem um homem
E que talvez até ontem
Seguia reto a sua estrada

Tudo em mim é triste e distante
Vivo chorando no meu quarto
Meus pesadelos, que estou farto
Não me deixam um só instante

Sou o tudo e o nada
O que sou é o que sinto
Mas se perguntam, logo minto
Que sou feliz como uma fada.

Ciclo

Anticoncepcional
Não-conceber isso como verdade
Tomar constantemente o erro e o seu desastre
A atualidade dessa não-concepção
Recente como a consciência fervendo de um crime hediondo
Remorso requentado diariamente
O ciclo se inicia, números inteiros, reta numérica oscilante, medição imprecisa; em fim, tudo é atual
Não-conceber:receita nova, mudança de atenção
Matar a estética e somente observar
O neutro do amor remediado com alguma forma de não-conceber o sentimento instável e deixá-lo vagando no organismo sem, contudo, fecundar seu não-maniqueísmo torturante
O simples, o bobo, a infelicidade comum inconsciente!
Volto a cultuar, volto a cultuar.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Sentindo Isso


Durante algum tempo nem percebi
Era louco
Estava morto
Olhei-me lentamente
Vi apatia, melancolia...
Chorei ontem
Senti tanto
O que fizeram comigo?
O que há em olhos amarelos?
Só procuro, nada mais
Tenho sentimentos, tenho raiva
Você nem me conhece e me abandona
Estou dolorido
Suas palavras sem motivos...
Por isso chorei? O que fiz?
Eu queria tão pouco
Realmente sou repugnante
Você tem um lindo bumbum
Estou sem nexo agora (sempre).